MOTOCICLISMO E FÉ DESDE MINAS GERAIS
Viajar de motocicleta é exercício de fé. Viajar por Minas também. Unir os dois não podia dar em resultado mais denso: a experiência única do desvendar de rotas, caminhos e estradas de fé, de buscas, de verdades, de encontros e desencontros entre motociclistas e seus anseios, desejos, de ir além, de ver mais longe, de poder continuar no caminho.
Minas Gerais, desde tempos imemoriais, perto do descobrimento, já figura como Estado importante nas rotas de desbravadores, de aventureiros, das pessoas que tinham e tem, no caminho, na estrada, sua vida, sua busca. Até hoje não é diferente.
Viajar por Minas é desvendar o conhecido. É chegar àquelas cidades e vilas que de tão antigas se fazem cada vez mais novas, mais desconhecidas. Lindas. Casa, barrocas, janelas, portas, telhados. Igrejas, capelas, torres, sinos e cruzeiros, muitos cruzeiros.
Sinalizam a fé, a busca, os encontros e desencontros das pessoas, consigo com os outros e com os deuses. Pessoas que trasladavam montanhas sem fim por caminhos que muitas vezes desconheciam.
Motociclistas que viajam por estradas que os convidam a descortinar as montanhas sem fim. Chegar e encontrar aquelas casa, igrejas, capelas e cruzeiros. Vistas. Cenários. Encontros.
É na paz interior dos momentos que aí se engendram que o motociclista entende a alma do viajar, do se lançar na estrada e seguir a diante.
Romper mais uma montanha em Minas pode significar a descoberta de mais um ponto remoto entre a vontade de seguir e o desejo de não para nunca de olhar àquela cena, àquela igrejinha perdida, que só você, naquele momento está observando.
Coração batendo forte. Vontade de dividir com os queridos o que você sabe ficará para sempre tatuado na memória, e só nela.
Tem que ter fé mesmo. Fé para seguir em frente. Fé pra não parar. Para saber que voltar é única forma de poder iniciar novamente.
Leonardo HasencleverBrasília - DF